sexta-feira, 21 de maio de 2010

CELINA DE HOLANDA

Jornalista e poeta, Celina de Holanda Cavalcanti de Albuquerque nasceu no município do Cabo, a 19/06/1915, tendo depois se transferido para o Recife, onde atuou na imprensa. Publicou seus primeiros poemas nos suplementos literários do Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco e o primeiro livro (O Espelho e a Rosa) foi editado quando ela tinha 55 anos de idade. Além de participar de várias coletâneas (Palavra de Mulher, A Cor da Onda por Dentro, Antologia Didática de Poetas Pernambucanos, entre outras), sua obra é composta pelos seguintes livros: O Espelho e a Rosa (1970); A Mão Extrema (1976); Sobre Esta Cidade de Rios (1979); Roda D'água (1981); As Viagens (1984); Pantorra, o Engenho (1990); Viagens Gerais, de 1985, coletânea dos livros anteriores e mais os inéditos "Afogo e Faca" e "Tarefas de Ninguém". Morreu no Recife, a 04 de junho de 1999. O LIMITE Vi os que lutam contra a opressão sendo opressores (não há claros limites entre uns e outros) e disse : ai de nós os que comemos juntos, se não partilhamos (só alguns têm certeza da comida sinal forte de felicidade para os que têm fome). Ai de nós por essa consciência de puros sem nada para ser perdoado como o Publicano e o Bom Ladrão. LA LIMITE J’ai vu ces que luttent contre l’oppression étant des oppresseurs (il n’y a pas de claires limites entre les uns et les autres) et il a dit : aie de nous qui mangeons ensemble, si nous ne partageons pas (à peine quelques-uns ont la certitude de la nourriture signe fort de bonheur pour ceux qui ont faim). Aie de nous pour cette conscience de purs sans rien pour être pardonné comme le Publicain et le bon Ladron. (Da antologia bilingüe “Poésie du Brésil”, seleção de Lourdes Sarmento, edição Vericuetos, como nº 13 da revista literária francesa “Chemins Scabreux”, Paris, setembro de 1997.Traduções de Lucilo Varejão, Maria Nilda Miranda Pessoa e outros.) Publicado em setembro de 2008 MERIDIANO Vivemos a grande noite. Cada amor em seu amor se oculta. Quem nos roubou a ternura escondida? O corpo claro e diurno? Como os animais e as crianças um dia a vida será só vida. A PEDRA Nesta mesa o povo está sentado. Não divaga. Tudo o de que necessita é perto e urgente. Frio e direto, toma a pedra que sou e quebra. Vai construir o mundo. "Não sei de muitas vozes poéticas femininas que se equiparem à sua, pela limpidez do sentimento reflexivo e pela discrição da palavra." Carlos Drummond de Andrade “Se apago esta paixão talvez me apague.” Celina de Holanda

Nenhum comentário: